quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Exteriorizando o contraditório

Acordei hoje igual ao tempo que está fazendo: triste, preguiçoso, sem saber se saio desse momento e me mostro bem e feliz ou se fico quieta, curtindo essa deprê que me faz pensar no que eu ando fazendo da minha vida. Não do que eu ando fazendo, mas do que eu fiz para chegar até aqui e descobrir, como sempre, que deveria ter agido de maneira diferente. Sei que agora não tem como voltar atrás, mas a gente sempre pensa: e se eu tivesse feito diferente? E se eu sumisse simplismente ou se eu tivesse tentado até não aguentar mais?  No filme "Pequena Miss Sunshine" (que eu adoro, só que não me trás boas lembranças) o avô dela diz: perdedores são aqueles que nem tentam por medo de perder. Sou uma perdedora. Ou não. Sei lá. Talvez eu não tivesse mais como lutar, não tivesse forças e achasse que não valeria a pena. É, é isso, não iria valer a pena. Não por causa do momento, mas por causa do passado. O passado me puxou para a realidade, o passado gritava: "De novo não!! Você não merece isso. Foge." E foi isso que eu fiz. Fugi. Pra longe, para o mais longe que poderia ir. Fugi pra longe do meu coração e desse sentimento que me fazia mal. Me faz mal ou fazia mal, não sei o que realmente eu sinto. E hoje, depois de alguns meses, me vejo pensando em tudo isso e, mais calma, vejo que poderia sim ter sido de outro jeito, com menos dor, com mais amor, mas as circunstâncias e esse meu coração cansado de sofrer, fugiu. Não sou uma perdedora não. Não me arrependo não. Nem queria voltar atrás, nem acho que hoje vale a pena, mas esses pensamentos voltam. Inevitável. Aprendizado, é isso. Não me canso de dizer: aprendi e aprendo cada dia mais com essas infelizes experiências. Menos ou mais culpa a ninguém, mas sendo sincera, eu errei menos ou com menos intensidade. Essa mágoa que não sai de mim, essa vontade de conversar sobre tudo, esse medo de ouvir a sua voz, esse choro engolido com tanta amargura, essa coisa louca de dizer que eu te amo, essa vontade de dizer que odeio você e esse pedido a Deus todas noites de te tirar para sempre da minha vida ( e ele está me escutando) tudo isso me faz ver o quanto ainda estou contraditória com tudo o que eu sei, que eu sinto, que eu tenho vontade. Sei lá o que é isso e odeio que fiquem adivinhando o que eu sinto. Odeio. Odeio palpites de que é amor, odeio palpites de que o que eu sinto é só saudade, odeio esse povo falando que a gente se ama, mas que não podemos ficar juntos. Cansada de ouvir isso tudo, me enclausuro na minha casa, na minha cama e ali fico, só, mas certa de que ninguém vai falar nada sobre isso. Não dou liberdade mais. A raiva passou, disso eu sei, mas a mágoa não e nem acho que vai passar tão cedo. Fico chateada por tudo e não entendo até hoje como uma pessoa pode ser tão inconstante e despeje isso com tanta força em cima dos que estão ao seu redor. Impulsividade. Falta aprender, falta olhar mais para os outros do que para si mesmo. Tudo ao seu tempo. Cada um tem sua hora de aprender. A minha chegou e aprender dói. E como dói. Como eu sei que tudo passa, volto para o meu computador, para as minhas amigas, para os meus estudos, para as minhas saídas a noite e pronto. Voltou tudo ao normal de novo. Nenhum arrependimento, melhor do que eu estava 3 meses atrás, mais calma, me amando mais, feliz até onde posso e esperando aparecer alguém que faça essa dor sumir de vez, torcendo para que essa história não tire a minha vontade de amar e ser amada. Normal, não? Super normal.