quinta-feira, 26 de maio de 2011

Culpa do frio


E esse frio que nos aproxima, que nos prende um ao outro, que faz com tenhamos essa saudade e essa vontade de ver o outro que chega a doer mais que um vento gelado no rosto. Maio, que temos os dois lados da nossa moeda, distância e encontro, e estamos na fase "quero te ver" e eu rezo e peço por favor que não tenha o tão acostumado "fique longe de mim". Não quero mais entender o porque disso, não quero me entender mais, não quero te entender. Não quero. E eu não quero rotular tudo, não quero sofrer, não quero dizer adeus para uma pessoa que eu sei que nunca vai me deixar e eu nunca vou deixar ela. E não, não é amor. E também não sei o que é e eu já disse que não quero saber. Aprendi com a nossa história que tudo na gente é assim mesmo, é meio torto, meio sem explicação, meio sem lógica, meio frio. E é assim que a gente se entende não se entendendo. Entendeu? Não? Não precisa. Apenas sinta. Nesses tempos de frio é melhor só sentir mesmo, só deixar acontecer, só nos aproximar, não pensar em fazer nada porque dá uma preguiça danada ter que sair do quentinho do cobertor, do quente dele e ter que perguntar, brigar, falar. Culpa do frio de nos querermos. E como é bom poder colocar a culpa em alguma coisa para não ter que ficar dando explicações que geram confusão. É o frio. Tudo culpa dele. E corre que o meu pé está esfriando.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Capítulo 3 - Conclusão?


Então amadurecemos a nossa amizade, solidificamos o sentimento, entendemos as dificuldades que passamos e aceitamos que assim foi melhor. E hoje vejo que não viveria tão bem se você não estivesse ao meu lado me apoiando, me puxando a orelha, me mandando calar a boca, me abraçando, me entendendo. Você me entende e isso é essencial para se ter uma amizade. Entender o outro sem deixar de ver as qualidade e os defeitos tudo junto, tudo na pessoa. Pois, afinal, somos isso: qualidades e defeitos tudo junto. E a você, minha amiga, quero dizer que somos feitas uma para a outra e eu te amo do jeito que você é. Aceitar tudo que aceitamos, deixar de lado tudo que deixamos, concluir que vai ser assim pra sempre (e que bom) fez com que chegássemos nesse estágio de: a conclusão não existirá. Não. Não vai acabar. Pode a amizade se dissolver um dia por conta de motivos que nem sei quais, mas o sentimento de respeito, de admiração, de carinho não morrerá. Respeito. Eu tenho respeito por você e isso é fundamental. E nesses capítulos que se seguiram eu só quis demonstrar a você todo o meu amor, toda o meu reconhecimento do que você significa para mim, do que você representa para mim. Como você mesma disse esses dias: não ex cunhada, mas sim minha melhor amiga. Obrigada por tudo e sempre. Estarei ao seu lado sempre. Te amarei sempre. Te respeitarei sempre. Foi e é assim a nossa história. Conclusão não. Continuidade.

sábado, 7 de maio de 2011

Capítulo 2 - Desenvolvimento


Conquistamos a amizade uma da outra. Porém, com ela veio muitas coisas ruins. Não coisas que fizemos, mas o que as pessoas fizeram para tentar nos separar. Nos afastamos para evitar mais brigas. Nos distanciamos fisicamente para evitar comentários. Mas meu coração sempre esteve ao lado do seu. Sempre. Descobrimos que mesmo com todas as adversidades que existiam, tudo era muito pequeno perto de tudo que éramos uma para a outra. Se brigamos algumas vezes? Claro. E como. Discutimos, xingamos, ficamos sem nos falar, mas nada do coração, sabe? Sabe aquela raiva que passa depois de um segundo? Sempre foi assim. Chegou um momento da nossa amizade que, meio naturalmente e meio esforço, não nos distanciamos mais. Lembro da época, foi em Julho de 2010. Sim. Demorou. Demorou muito. Desde esse inverno, que não fez frio, nunca mais ficamos sem nos falar, sem perguntar se a outra estava bem, sem chorar pra outra no telefone reclamando da mãe que não dá valor no que fazemos, sem gritar de ódio do ex, sem dizer que queríamos passar um final de semana de novo, só agente, fazendo coisas que só a gente gostava, vendo clipes musicais que só a gente via, vendo seriados que só a gente gostava, falando sobre coisas que só a gente entendia, fazendo piadas que só a gente que dava conta de inventar e entender. Singularidade, outra característica nossa. Somos singulares em relação a tudo, a gostos, a sabores, a risada. Somos singulares em relação ao sentido de amizade, ao valor que damos para tal e a importância que isso representa para nós duas. Frieza, ironia, sarcasmo, críticas, adoradoras da moda, antenadas com lançamentos, xingamentos, Harry Potter, Lady Gaga, Katy Perry, Lucky, pijamas, esmaltes, semelhanças. Não somos iguais. Temos diferenças. Você chora, eu grito. Você é morena, eu sou loira. Nossa, agora parando para pensar nas diferenças, sabe que ficou difícil. Somos mais semelhantes que diferentes. Talvez isso nos una tanto. E nesse desenvolvimento da nossa amizade, vimos que era pra ter sido assim. Com todas as dificuldades, todas as brigas, tudo do jeito que foi. 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Capítulo 1 - Histórico


Você surgiu na minha vida em razão de outra pessoa. Novinha, tão pequena, tão delicada que eu tinha até medo de encostar. O cabelo mais lindo que tinha visto. O rosto de criança e assim era. As primeiras conversas eu tentei uma aproximação meio ingênua de conversas sobre bonecas, Barbies, roupinhas. Que boba eu. Você tinha tudo isso, mas já não brincava com nada a um tempo. Só havia um cachorro de pelúcia, este existe até hoje, que realmente você não largava e não larga também até hoje. Parti pra outra tentativa de aproximação: brincadeiras. E eu ótima em inventá-las, corri atrás de você em um dia que estávamos sozinhos, eu, você e seu irmão. Pela primeira vez você sorriu, me abraçou, eu te carreguei nos ombros, morremos de medo de um sapo e rimos de novo. Naquele momento eu percebi que iríamos rir sempre e esse seria o nosso assunto principal de todos os dias: fazer a outra sorrir. Mas parece que não era o suficiente ainda pra nossa amizade "decolar". Pensei, bom, tenho que fazer o que ela faz, entender o que ela gosta. E mesmo sem brincar de bonecas, tinha um jogo na internet que você adorava e que eu viciei. Um joguinho de fases que comecei a jogar com você e nós não nos largávamos mais. Dias e dias de chuva com a gente tentando zerar o jogo (como a chuva faz parte da nossa vida, né?). Foi aí, de um simples jogo, que surgiu uma das amizades mais lindas que tive e tenho e quero ter pelo resto da minha vida.

domingo, 1 de maio de 2011

Nós. Só eu. Só você. Acabou

Pego as cartas, as fotos, os presentes, a aliança, o urso, a caixa e me lembro de quando éramos felizes. Lembro que nos amávamos. Lembro que você disse isso. Lembro do juramento de eternidade. Lembro que o ciúme que existia era só para mostrar que nos importávamos um com o outro, porque, realmente, não importava mais ninguém na nossa vida. Lembro que eu podia ficar horas ao seu lado sem dizer nada, sem mexer e você dizia "tá tudo bem, amor?" e eu não dizia nada e você "estou aqui ao seu lado pra tudo", e nesse momento nos entendíamos só pelo olhar. Lembro que existia um plano de nos casarmos e de termos dois filhos, uma menina e um menino. Lembro que não conseguíamos ficar longe um do outro nem por um dia. Vivíamos por nós dois. Esquecíamos o mundo quando estávamos juntos. As promessas, os juramentos, as certezas que tínhamos e passávamos um para o outro eram de verdade. Eram do momento. Eram para o sempre daquele dia, daquela hora, daquele mês. Eu adorava a sua mão, você adorava os meus olhos. Eu odiava o seu futebol na sexta-feira e você odiava que eu ficasse anos conversando com a sua irmã e com a sua mãe. Você dizia que gostava de Doritos e eu amava a Ruffles cebola e salsa. Adorávamos coca-cola. Você tomava cerveja e eu sentia nojo. Era bom estarmos juntos, sozinhos, com nossas maneiras de pensar iguais e diferentes. Porém, nos últimos momentos nossos, e os mais doloridos, você começou a odiar tudo, desmentir tudo, não gostar de nada, não me entender, não me olhar, se distanciar. E eu comecei a pensar: será mesmo que era tudo mentira? Nos afastamos tanto que o término veio quase que naturalmente. Já não sentia mais o mesmo carinho por você e você não suportava mais olhar pra mim. Descobrimos juntos que o conto de fadas existiu e acabou, assim como o nosso amor. E no lugar da compreensão, do respeito, veio a mágoa, a raiva. Choramos. Eu sei que você também chorou depois de um tempo. Sentimos saudade um do outro. Voltamos muitas vezes. Nos encontrávamos sem ninguém saber. Todos juravam que tinha acabado, eu também, mas estávamos sempre ali. Estávamos ali pro último beijo, último abraço, último sono, último suspiro de: fico melhor ao seu lado. E como tudo tem um fim, o fim dos últimos nossos acabou também. E hoje eu sei que o que eu vivi foi de verdade, foi carinho, talvez não amor, mas foi nosso, foi eu e você, foi coração, foi alma, foi corpo, foi o momento que nunca vamos esquecer. Acabou e hoje vemos que tinha que ter sido assim. Não tem volta, não tem mágoas, não tem saudade dolorida, não tem o casal vinte que todos falavam. Agora temos uma vida diferente, com pessoas diferentes, com sentimentos diferentes. Fizemos parte da vida um do outro por muito tempo. E vou estar na sua memória e você na minha pra sempre como o primeiro amor de ambos. Sem dor, resta o fim. O fim de tudo que passou e o começo de outro tipo de vida. Eu e você nunca mais seremos nós, assim como nós não ser mais sinônimo de felicidade. Te guardei, você me guardou. Obrigada e por nada. Nós. Só eu. Só você. Acabou.