Quando leio o seu nome, vejo uma foto sua, escuto sobre você,
dá um aperto no peito. Sempre deu. É como se fosse um alarme de que alguma
coisa naquele momento não está certa. Tento lembrar o que tudo isso
significaria agora e não consigo. Você se tornou uma lembrança tão distante que
fica difícil imaginar novamente tudo o que significou para mim um dia te ter,
um dia sofrer, um dia te perder. Não temos mais nada que nos prenda um ao
outro, não nos lembramos de nada tão grande, mas os pequenos momentos não foram
esquecidos. Lembro, como se fosse hoje, o instante em que nos vimos apaixonados um
pelo outro. Porta do colégio, meus olhos em suas mãos e os seus em meus olhos.
Um momento de distração e me peguei olhando para você e você para mim como se
nada naquele momento fosse tão mais importante quanto nós dois. A partir desse
dia nunca mais fomos amigos. Disso eu nunca esqueço. E hoje, em meio a tantas
outras coisas mais importantes, sonho com você me dizendo que ‘estou
construindo isso tudo para o nosso futuro’ e eu mais uma vez estava olhando
para as suas mãos e você para os meus olhos. Te senti tão perto de mim depois
disso, que vezes olhava vestígios daquilo ter sido verdade. Não era. Tranquila,
mesmo com um aperto no peito depois de ler seu nome, onde nem me lembro, sigo.
Lá no fundo do meu coração ainda existe seus olhos nos meus e um reencontro.
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