sábado, 27 de outubro de 2012

Que:


Que sua presença não me deixe insegura. Que sua permanência não me deixe com medo. Que sua ausência não doa tanto. Que a saudade que eu sinto de você não me faça chorar. Que a mágoa que sinto de você não destrua o resto de esperança que ainda tenho de amar de novo. Que suas palavras mal ditas não permaneçam na minha memória. Que seus sorrisos se tornem eternos dentro de mim. Que sua sinceridade quando estamos sós não seja só por aquele momento. Que seu respeito por mim dure. Que minha compreensão sobre seus atos não admiráveis sejam racionais. Que meu coração não se engane com ‘nunca amarei ninguém como te amei’. Que você não volte ao passado tantas vezes quando estamos juntos. Que você enxergue que você já foi melhor que isso. Que eu não fale mais tanto sobre isso. Que eu possa olhar mais em seus olhos como você olha nos meus. Que suas ligações sejam mais frequentes. Que você não me julgue mais. Que você volte a amar e a deixar ser amado. Que eu te enxergue com olhos melhores. Que nos abracemos mais. Que confiemos um no outro. Que você reconheça seus defeitos. Que você lembre das minhas qualidades. Que eu chore menos e você mais. Que a distância não nos separe. Que sua individualidade excessiva não te faça egoísta com os outros. Que um dia você entenda as minhas atitudes do passado. Que o nosso amor não morra. Que o destino faça nos reencontrarmos. Que eu seja feliz. Que você seja feliz. Que sejamos apenas nós mesmos.

(Texto de Setembro de 2012)

Mais. Menos.


O que eu sinto é mais que falta. Nem sei dizer o que pode ser mais que isso. Mesmo com tanto rancor, mágoa, dor, raiva dentro de mim, sua falta de presença me mata. A vontade de te beijar, te abraçar, te tocar, dizer que tudo pode acontecer, mas a gente sempre será um do outro. E você pode dizer que não, que não gosta de mim e não sei mais o que, mas os seus olhos, seus gestos e suas atitudes dizem outra coisa. Mesmo eu querendo que os outros estejam inventando sobre nos amarmos ainda, sinto que no fundo possa ser verdade. Vem pra cá. Vem ficar do meu lado só uns minutos. Depois vai embora, porque ficar muito tempo com você me cansa demais, perco tempo, me desgasto, me culpo. Te quero agora. Me beija. Me senti culpada só de ler essas palavras. Corre. Vai embora. Te amo. Chega.

(Texto de Novembro de 2011)

Eu gosto de você, mas...


Eu gosto de você. Gosto sim. Gosto desde sempre, desde ontem, desde hoje de manhã, desde criança. Gosto muito. Gosto mais do que eu gostaria de gostar. Aliás, para ser sincera, se fosse para escolher, escolheria não sentir nada. Não sentiria mágoa, amor, afeição, carinho, consideração. Na verdade não gostaria nem de ter te conhecido. Mas já que estamos aqui, fazer o que né. A vida é assim mesmo. Faz essas coisas com a gente de gostar sempre e depois empurra você para ‘se acostume com isso’. Acostumei. Gosto de você. Dentre todos os ‘mas’ que escrevo depois de frases desse tipo, o ‘mas’ mais importe é: mas você não merece. Você, além de não merecer meu sentimento, não precisa dele. Sabe por que não precisa? Porque você não sabe o que fazer com o amor que sinto, nunca soube, nem nunca soube fazer simplesmente nada. Ou brincava com meu amor, ou fingia que nem sabia, ou dava centenas de desculpas esfarrapadas dizendo que ‘não sei o que é amor’. Claro que não sabe. O único amor que você conhece é o que você sente por você mesmo (amor?). Por isso que eu digo, eu gosto de você, mas não vale a pena. Tenho até um pouco de vergonha de assumir isso, de escrever isso nesse texto, das pessoas perceberem isso. Vergonha de gostar de você, mas eu continuo gostando.