Eu gosto de você. Gosto sim. Gosto desde sempre, desde
ontem, desde hoje de manhã, desde criança. Gosto muito. Gosto mais do que eu
gostaria de gostar. Aliás, para ser sincera, se fosse para escolher, escolheria
não sentir nada. Não sentiria mágoa, amor, afeição, carinho, consideração. Na
verdade não gostaria nem de ter te conhecido. Mas já que estamos aqui, fazer o
que né. A vida é assim mesmo. Faz essas coisas com a gente de gostar sempre e
depois empurra você para ‘se acostume com isso’. Acostumei. Gosto de você.
Dentre todos os ‘mas’ que escrevo depois de frases desse tipo, o ‘mas’ mais
importe é: mas você não merece. Você, além de não merecer meu sentimento, não
precisa dele. Sabe por que não precisa? Porque você não sabe o que fazer com o
amor que sinto, nunca soube, nem nunca soube fazer simplesmente nada. Ou
brincava com meu amor, ou fingia que nem sabia, ou dava centenas de desculpas
esfarrapadas dizendo que ‘não sei o que é amor’. Claro que não sabe. O único
amor que você conhece é o que você sente por você mesmo (amor?). Por isso que
eu digo, eu gosto de você, mas não vale a pena. Tenho até um pouco de vergonha
de assumir isso, de escrever isso nesse texto, das pessoas perceberem isso.
Vergonha de gostar de você, mas eu continuo gostando.
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