domingo, 21 de novembro de 2010

O sentido do que acabou.



E depois de um certo tempo você percebe que aquilo tudo que antes fazia parte da sua vida, de uma maneira tão intensa, hoje é apenas uma lembrança, um aprendizado. Talvez. Incrível como o tempo dá um jeito em tudo. Não é que cura, é que dá um jeito de dar sentido a tudo que você viveu. Dá sentido ao seu passado. Falo em relação ao amor, às amizades, à família, mas mais precisamente ao amor. Por um certo tempo você acha, acredita, luta, por um amor que talvez não seja eterno, mas, que de uma maneira ou de outra, valeu a pena. E as brigas, as discussões, os choros, tudo, tudo fica pra trás. E como dói no inicio. Como que pode doer tanto? E passa. As vezes dói um pouco, cutuca, incomoda. E vai embora. E se não for embora, ainda não foi resolvido. Precisa resolver tudo. Precisa perdoar tudo. Precisa ver que era pra ter acontecido daquele jeito. Não tinha como não ser assim. Era pra ser assim. O destino coloca as pessoas nas nossas vidas com um propósito. Só a gente pode perceber qual o verdadeiro propósito. Tem pessoas que passam pela nossa vida e que deixam um pouco delas, ou muito, mas nunca tudo, e cabe a nós escolhermos o que elas deixam. Se são coisas boas, ruins, alegres, amargas, calmas. Escolha as coisas boas. Depois do amor curado, mas curado mesmo, com todos os remédios que existem, com todas as palavras que dão pra escrever e falar, fica tudo mais nítido. Aí sim você vê o que realmente foi bom ou ruim. E vendo tudo com os olhos curados, você percebe que nem tudo foi tão ruim ou nem tudo foi tão bom. Em vários momentos enxergamos de outra forma, distorcemos, damos vida a coisas que nem existiam. E depois que enxergamos como realmente aconteceu, você entende e não se arrepende de nada que você fez, falou. As promessas, os beijos apaixonados, os abraços apertados, os xingamentos, os choros, as despedidas, as traições perdoadas, se hoje não tem sentido, naquela época tinha todo o sentido do mundo e fez a diferença para que hoje entendêssemos de outra forma. Virou aprendizado, virou estrada percorrida. Virou passado.
E o livro que prometemos escrever, finalizamos de outra forma. Mas o amor que teve por um tempo não foi retirado do enredo. A magia do primeiro amor está contida no livro, é só você saber enxergar de outra forma. Só não pode-se finalizar com “Felizes para sempre, juntos”, mas pode-se finalizar com “Felizes para sempre, e só”. E muda-se o livro, e muda-se a história, e muda-se o casal. E continua a vida. E que bom. E tudo faz sentido. Foi bom. Acabou.

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